Esqueça Lenin, Foucault, Derrida, Lacan, et caterva, e lembre-se de
Antonio Gramsci. Este pouco mencionado ideólogo italiano é, por certo, o
maior pensador marxista da história. E, de certo modo, até maior que
Marx.
Sozinho, o italiano reescreveu as teorias marxistas e alcançou o coração de nossa civilização. É nele que você encontrará a explicação para a hegemonia marxista de décadas em nossas universidades, escolas, imprensa, sindicatos e seminários católicos (especialmente os jesuítas)
Falecido há 79 anos, Gramsci passou seus últimos dias de vida no cárcere, o que lhe propiciou o tempo e a condição necessária para desenvolver suas ideias. O resultado desse período foram seus volumosos "Cadernos do Cárcere", onde o ideólogo italiano repensa a sociedade e a própria teoria marxista a partir de análises minuciosas da organização eclesiástica e da política maquiavélica.
Enquanto Marx via na subversão das bases econômicas de nossa sociedade o meio fundamental para modificá-la; Gramsci via nas bases culturais de nossa civilização o cerne de todos os problemas que Marx combatia. A arte, a literatura, a educação, a religião eram elementos tão importantes para a conquista do poder quanto o capital.
Assim, Gramsci reordenava em suas bases a tese marxista que via a economia (infra-estrutura) como causa da cultura e da civilização (super-estrutura). Gramsci acertara em cheio seu alvo: não era a economia que gerava a cultura, mas o inverso. Portanto, se os comunistas quisessem chegar ao poder, deveriam conquistar, primeiro, os meios de produção cultural, para depois conquistar os meios de produção do capital.
Convencidos desta tese, marxistas de todo os naipes se empenharam ardorosamente nesta tarefa: a conquista dos meios de produção cultural, ou seja: as universidades, imprensa, editoras, igrejas; enfim, todas as instituições importantes de produção e manipulação da opinião publica.
Quase 80 anos após a morte de Gramsci, suas lições foram muito bem assimilados por seus asseclas, que hoje desfrutam de controle quase total dos meios de produção cultural. A imprensa, as universidades, editoras, escolas, sindicatos e até as conferências episcopais tornaram-se caixa de ressonância do marxismo. O que os gramscistas não esperavam era que as mesmas lições que usaram para chegar ao poder, seriam usadas um dia contra eles.
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