Uma das primeiras características observadas no temperamento conservador
é a indisposição à
utopias.
Por isso, Michael
Oakeshott – um
dos máximos expoentes do pensamento conservador –,
assim define o
conservadorismo:
“Ser conservador é preferir o familiar ao desconhecido, o fato ao
mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo
ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao
perfeito, a felicidade presente à utópica”.
Por
certo, nesta definição muitos verão
uma postura comodista diante da existência, mas tal
não procede, pois
o que há no
ser conservador é antes
de tudo uma postura
responsável diante da existência. Responsabilidade
que não
existe no temperamento revolucionário e na sua disposição fatal
à utopia.
Por isso,
os conservadores são
os últimos
a serem culpados
pelas tragédias que se
desencadeiam na história
– protagonizados pelos
homens –, pois
eles não esperam um mundo melhor, tão pouco prometem uma sociedade
ideal; são antes os revolucionários que prometem tais coisas, e são
os últimos
a assumirem a culpa
por
suas consequências
trágicas. Os
conservadores estão bem convencidos da natureza corrompida do homem
e da instabilidade da vida
terrena; os conservadores estão certos de que todas as utopias
sempre se converterão em pesadelos ao saírem do campo mental e
entrarem no terreno da realidade.
Ser
conservador portanto, é uma postura de homens maduros e
responsáveis, que entenderam que a vida se vive com os pés no chão,
não com a cabeça nas nuvens.
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