sábado, 7 de outubro de 2017

A mentalidade esquerdista



Neste texto simples e esclarecedor escrito por um dos mais expressivos autores de nossa atualidade, o Dr. Thomas Sowell, a mentalidade esquerdista é apresentada sob suas falhas lógicas e contradições gritantes. 

Que nossos leitores façam boa leitura do texto

Dr. Thomas Sowell


I Parte

O mal e a criminalidade

Por Thomas Sowell
Tradução: Erick Ferreira
  


          Quando delinquentes são chamados de "jovens problemáticos" por esquerdistas, isto nos diz mais sobre a mentalidade esquerdista do que sobre a delinquência juvenil.
Raramente há alguma evidência de que os delinquentes sejam meramente “jovens problemáticos”, na maioria das vezes há muitas evidências de que eles estão, de fato, se divertindo, enquanto criam problemas e perigos para os outros. Por que então esta desculpa embutida de chamar criminosos juvenis de "jovens problemáticos", e assassinos em série apenas de "loucos"?

Pelo menos, desde o século XVIII, a esquerda tem lutado para enfrentar o simples fato de que o mal existe – e que algumas pessoas simplesmente optam por fazer coisas que sabem que são erradas. Para justificar esta escolha, todo tipo de desculpa é usada pela esquerda para explicar e desculpar o mal: da pobreza à infância infeliz,
Por outro lado, todas as pessoas que saíram da pobreza ou tiveram uma infância infeliz, ou ambos, e se tornaram pessoas decentes e produtivas, são ignoradas, assim como os crimes cometidos por pessoas privilegiadas, criadas na riqueza, incluindo reis, conquistadores e escravocratas. Por que o mal é um conceito tão difícil para muitos da esquerda aceitar?
A base da agenda esquerdista consiste em mudar as condições externas. Mas, e se o problema for interno? E se o problema real for a obstinação dos seres humanos para o mal? Rousseau negou isso no século XVIII e também a esquerda passou a negar isso desde então. Por quê? Instinto de autopreservação.
Se as coisas que a esquerda quer controlar – instituições e políticas de governo – não são os fatores responsáveis pelos problemas do mundo, então, que função restará para a esquerda? E se forem fatores como, família, cultura e as tradições que fazem a diferença mais positiva no mundo em vez das "brilhantes" e novas “soluções” de governo que a esquerda está constantemente propondo? E se buscar "as causas do crime" não for tão eficaz quanto, simplesmente, prender os criminosos? As estatísticas mostram que a taxa de homicídios estava diminuindo ao longo de décadas sob as velhas práticas tradicionais, tão desprezadas pela intelligentsia esquerdista, antes de as novas ideias brilhantes da esquerda entrarem em vigor em 1960 – a partir de então, o crime e a violência dispararam. O mesmo aconteceu quando as ideias antiquadas sobre sexo foram substituídas em 1960 pelas novas e brilhantes ideias da esquerda que foram introduzidas nas escolas como “educação sexual”, com o objetivo de reduzir a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis. Ambos, gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis, que estavam diminuindo, de repente é revertida na década de 1960 atingindo um novo patamar.

Uma das mais antigas e dogmáticas cruzadas da esquerda tem sido o desarmamento, tanto dos indivíduos, quanto das nações. Mais uma vez, a esquerda foca em questões externas – as armas neste caso. Se as armas eram o problema, as leis de controle de armas, em acordos domésticos e internacionais de desarmamento, podem ser a resposta. Mas, e se as pessoas más que não se preocupam com as leis ou tratados internacionais, tão pouco com a vida das pessoas for o problema? Então, o desarmamento significa fazer pessoas decentes e cumpridoras da lei mais vulneráveis a pessoas más.
Como a crença no desarmamento tem sido uma das principais características da esquerda ao redor do mundo desde o século XVIII, você deve imaginar que a esta altura não haveriam muitas provas para fundamentar esta crença. Mas, qualquer evidência de que as leis de controle de armas reduziram as taxas de criminalidade em geral, ou as taxas de homicídio em particular, raramente são mencionadas pelos defensores do controle de armas. Pelo contrário, só assumiram ainda mais esta posição de que leis mais rígidas no controle de armas vão reduzir os homicídios.

Mas os fatos não dão qualquer respaldo a essa suposição. É por isso que são os críticos do controle de armas que apresentam evidências empíricas, como as presentes nos livros More Guns, less crimes (mais armas, menos crimes) de John Lott e Guns and Violence (Armas e violência) de Joyce Lee Malcolm.

Em relação ao desarmamento de nações, o histórico é ainda pior. A Grã-Bretanha e os EUA negligenciaram suas forças militares entre as duas guerras mundiais, enquanto a Alemanha e o Japão se armaram até os dentes. Muitos soldados britânicos e americanos pagaram com suas vidas por equipamentos militares inicialmente inadequados de seus países na Segunda Guerra Mundial.
Mas o que são meros fatos em comparação com a visão inebriante da esquerda?



II Parte

 A pobreza e a desigualdade social



                A esquerda há muito tempo reivindica o papel de protetora dos “pobres”. É uma de suas principais reivindicações morais para alcançar o poder político. Mas quão válida é esta reivindicação?
De fato, líderes de esquerda em muitos países têm promovido políticas que permitiram aos pobres se sentirem mais à vontade em sua pobreza, mas isso levanta uma questão fundamental: quem são realmente “os pobres”?
Se você utiliza uma definição burocrática de pobreza ao incluir todos os indivíduos ou famílias abaixo de algum nível de renda arbitrariamente estabelecido pelo governo, então é fácil obter os tipos de estatísticas sobre “os pobres”, já que são sempre lançados na mídia e na política. Mas essas estatísticas têm alguma relação com a realidade?
“Pobreza” já teve algum significado concreto – quantidade insuficiente de alimentos para se nutrir, pouca roupa, ou nenhum abrigo para se proteger, por exemplo. Hoje, significa o que quer que os burocratas governamentais, – que estabelecem os critérios estatísticos –, escolhem fazer isto significar. E eles têm todo o incentivo para definir a pobreza de uma forma que inclua pessoas suficientes para justificar mais gastos no Estado de bem-estar social.
A maioria dos americanos com rendimentos abaixo do nível oficial de pobreza tem ar-condicionado, televisão, possui automóvel, e estão longe de passar fome, aliás, são até mais propensos do que os outros americanos a estar acima do peso. Mas uma definição arbitrária de palavras e números lhes dá acesso ao dinheiro dos contribuintes.
Esse tipo de “pobreza” pode facilmente se tornar um modo de vida, não apenas para os “pobres” de hoje, mas para os seus filhos e netos. Mesmo quando eles têm o potencial de se tornarem membros produtivos da sociedade, a perda dos benefícios do Estado Providente, se eles fizerem isso, é um “imposto” implícito sobre o que eles ganhariam, que muitas vezes excede o imposto explícito sobre um milionário.
Se aumentar sua renda em US $ 10.000, fizer você perder US $ 15.000 em benefícios do governo. Você faria isso?
Em suma, o Estado de bem-estar social da esquerda torna a pobreza mais confortável, enquanto penaliza as tentativas de sair dela.
A menos que acreditemos que algumas pessoas estão predestinadas a serem pobres, a agenda da esquerda é um desserviço para eles, bem como para a sociedade. As grandes quantidades de dinheiro desperdiçado não são de forma alguma o pior de tudo.
Se o nosso objetivo é que as pessoas deixem a pobreza, há uma abundância de exemplos encorajadores de indivíduos e grupos que fizeram isso, em vários países ao redor do mundo.
Milhões de “chineses expatriados” emigraram da China nos séculos passados, destituídos e, muitas vezes, analfabetos. E ao se estabelecerem em países do Sudeste Asiático ou nos Estados Unidos, começaram de baixo, assumindo trabalhos difíceis, sujos e por vezes perigosos. Mesmo que estes chineses expatriados recebessem, geralmente pouco, conservavam este pouco, e com ele, abriram negócios minúsculos.
Trabalhando longas horas e vivendo frugalmente, eles foram capazes de transformar pequenas empresas em negócios maiores e mais prósperos. Então eles cuidaram para que seus filhos recebessem a educação que eles mesmos, muitas vezes, nunca tiveram.

Em 1994, os 57 milhões de chineses expatriados criaram uma riqueza equivalente à de um bilhão de pessoas que vivem na China.
Variações deste padrão social podem ser encontradas na história de judeus, armênios, libaneses e outros emigrantes que se estabeleceram em muitos países ao redor do mundo – inicialmente pobres, mas passaram, ao longo de gerações, para a prosperidade. Raramente eles dependiam do governo, e geralmente evitavam o caminho político.
Tais grupos concentraram-se em desenvolver o que os economistas chamam de “capital humano” – suas habilidades, talentos, conhecimento e auto-disciplina. Seu sucesso geralmente tem sido baseado naquela palavra de quatro letras que a esquerda raramente usa na sociedade educada: “trabalho”.
Existem indivíduos em praticamente todos os grupos que seguem padrões semelhantes para passar da pobreza para a prosperidade. E estas pessoas que estão em diferentes grupos, faz uma grande diferença para a prosperidade ou a pobreza dos grupos como um todo.
A “agenda de inveja” e o sentimento de queixa que promove a esquerda, ao mesmo tempo em que faz grandes demandas de “direitos” ao que outras pessoas produziram – é um padrão que tem sido difundido em vários países ao redor do mundo.
Esta agenda tem raramente tirado alguém da pobreza. Mas elevou a esquerda para posições de poder e auto-engrandecimento, ao mesmo tempo em que promoveu políticas com resultados socialmente contraproducentes.


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Thomas Sowell é um membro sênior da Hoover Institution, Stanford University, Stanford, CA. Seu site é www.tsowell.com


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