Neste texto simples e esclarecedor escrito por um dos mais expressivos autores de nossa atualidade, o Dr. Thomas Sowell, a mentalidade esquerdista é apresentada sob suas falhas lógicas e contradições gritantes.
Que nossos leitores façam boa leitura do texto
Dr. Thomas Sowell |
I Parte
O mal e a criminalidade
Por Thomas Sowell
Tradução: Erick Ferreira
Quando
delinquentes são chamados de "jovens problemáticos" por
esquerdistas, isto nos diz mais sobre a mentalidade esquerdista do
que sobre a delinquência juvenil.
Raramente
há alguma evidência de que os delinquentes sejam meramente “jovens
problemáticos”, na maioria das vezes há muitas evidências de que
eles estão, de fato, se divertindo, enquanto criam problemas e
perigos para os outros. Por que então esta desculpa embutida de
chamar criminosos juvenis de "jovens problemáticos", e
assassinos em série apenas de "loucos"?
Pelo
menos, desde o século XVIII, a esquerda tem lutado para enfrentar o
simples fato de que o mal existe – e que algumas pessoas
simplesmente optam por fazer coisas que sabem que são erradas. Para
justificar esta escolha, todo tipo de desculpa é usada pela esquerda
para explicar e desculpar o mal: da pobreza à infância infeliz,
Por
outro lado, todas as pessoas que saíram da pobreza ou tiveram uma
infância infeliz, ou ambos, e se tornaram pessoas decentes e
produtivas, são ignoradas, assim como os crimes cometidos por
pessoas privilegiadas, criadas na riqueza, incluindo reis,
conquistadores e escravocratas. Por que o mal é um conceito tão
difícil para muitos da esquerda aceitar?
A
base da agenda esquerdista consiste em mudar as condições externas.
Mas, e se o problema for interno? E se o problema real for a
obstinação dos seres humanos para o mal? Rousseau negou isso no
século XVIII e também a esquerda passou a negar isso desde então.
Por quê? Instinto de autopreservação.
Se
as coisas que a esquerda quer controlar – instituições e
políticas de governo – não são os fatores responsáveis pelos
problemas do mundo, então, que função restará para a esquerda? E
se forem fatores como, família, cultura e as tradições que fazem a
diferença mais positiva no mundo em vez das "brilhantes" e
novas “soluções” de governo que a esquerda está constantemente
propondo? E se buscar "as causas do crime" não for tão
eficaz quanto, simplesmente, prender os criminosos? As estatísticas
mostram que a taxa de homicídios estava diminuindo ao longo de
décadas sob as velhas práticas tradicionais, tão desprezadas pela
intelligentsia esquerdista, antes de as novas ideias brilhantes da
esquerda entrarem em vigor em 1960 – a partir de então, o crime e
a violência dispararam. O mesmo aconteceu quando as ideias
antiquadas sobre sexo foram substituídas em 1960 pelas novas e
brilhantes ideias da esquerda que foram introduzidas nas escolas como
“educação sexual”, com o objetivo de reduzir a gravidez na
adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis. Ambos,
gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis, que
estavam diminuindo, de repente é revertida na década de 1960
atingindo um novo patamar.
Uma
das mais antigas e dogmáticas cruzadas da esquerda tem sido o
desarmamento, tanto dos indivíduos, quanto das nações. Mais uma
vez, a esquerda foca em questões externas – as armas neste caso.
Se as armas eram o problema, as leis de controle de armas, em acordos
domésticos e internacionais de desarmamento, podem ser a resposta.
Mas, e se as pessoas más que não se preocupam com as leis ou
tratados internacionais, tão pouco com a vida das pessoas for o
problema? Então, o desarmamento significa fazer pessoas decentes e
cumpridoras da lei mais vulneráveis a pessoas más.
Como
a crença no desarmamento tem sido uma das principais características
da esquerda ao redor do mundo desde o século XVIII, você deve
imaginar que a esta altura não haveriam muitas provas para
fundamentar esta crença. Mas, qualquer evidência de que as leis de
controle de armas reduziram as taxas de criminalidade em geral, ou as
taxas de homicídio em particular, raramente são mencionadas pelos
defensores do controle de armas. Pelo contrário, só assumiram ainda
mais esta posição de que leis mais rígidas no controle de armas
vão reduzir os homicídios.
Mas
os fatos não dão qualquer respaldo a essa suposição. É por isso
que são os críticos do controle de armas que apresentam evidências
empíricas, como as presentes nos livros More Guns, less crimes (mais
armas, menos crimes) de John Lott e Guns and Violence (Armas e
violência) de Joyce Lee Malcolm.
Em
relação ao desarmamento de nações, o histórico é ainda pior. A
Grã-Bretanha e os EUA negligenciaram suas forças militares entre as
duas guerras mundiais, enquanto a Alemanha e o Japão se armaram até
os dentes. Muitos soldados britânicos e americanos pagaram com suas
vidas por equipamentos militares inicialmente inadequados de seus
países na Segunda Guerra Mundial.
Mas
o que são meros fatos em comparação com a visão inebriante da
esquerda?
II
Parte
A pobreza e a desigualdade social
A
esquerda há muito tempo reivindica o papel de protetora dos
“pobres”. É uma de suas principais reivindicações morais para
alcançar o poder político. Mas quão válida é esta reivindicação?
De
fato, líderes de esquerda em muitos países têm promovido políticas
que permitiram aos pobres se sentirem mais à vontade em sua pobreza,
mas isso levanta uma questão fundamental: quem são realmente “os
pobres”?
Se
você utiliza uma definição burocrática de pobreza ao incluir
todos os indivíduos ou famílias abaixo de algum nível de renda
arbitrariamente estabelecido pelo governo, então é fácil obter os
tipos de estatísticas sobre “os pobres”, já que são sempre
lançados na mídia e na política. Mas essas estatísticas têm
alguma relação com a realidade?
“Pobreza”
já teve algum significado concreto – quantidade insuficiente de
alimentos para se nutrir, pouca roupa, ou nenhum abrigo para se
proteger, por exemplo. Hoje, significa o que quer que os burocratas
governamentais, – que estabelecem os critérios estatísticos –,
escolhem fazer isto significar. E eles têm todo o incentivo para
definir a pobreza de uma forma que inclua pessoas suficientes para
justificar mais gastos no Estado de bem-estar social.
A
maioria dos americanos com rendimentos abaixo do nível oficial de
pobreza tem ar-condicionado, televisão, possui automóvel, e estão
longe de passar fome, aliás, são até mais propensos do que os
outros americanos a estar acima do peso. Mas uma definição
arbitrária de palavras e números lhes dá acesso ao dinheiro dos
contribuintes.
Esse
tipo de “pobreza” pode facilmente se tornar um modo de vida, não
apenas para os “pobres” de hoje, mas para os seus filhos e netos.
Mesmo quando eles têm o potencial de se tornarem membros produtivos
da sociedade, a perda dos benefícios do Estado Providente, se eles
fizerem isso, é um “imposto” implícito sobre o que eles
ganhariam, que muitas vezes excede o imposto explícito sobre um
milionário.
Se
aumentar sua renda em US $ 10.000, fizer você perder US $ 15.000 em
benefícios do governo. Você faria isso?
Em
suma, o Estado de bem-estar social da esquerda torna a pobreza mais
confortável, enquanto penaliza as tentativas de sair dela.
A
menos que acreditemos que algumas pessoas estão predestinadas a
serem pobres, a agenda da esquerda é um desserviço para eles, bem
como para a sociedade. As grandes quantidades de dinheiro
desperdiçado não são de forma alguma o pior de tudo.
Se o
nosso objetivo é que as pessoas deixem a pobreza, há uma abundância
de exemplos encorajadores de indivíduos e grupos que fizeram isso,
em vários países ao redor do mundo.
Milhões
de “chineses expatriados” emigraram da China nos séculos
passados, destituídos e, muitas vezes, analfabetos. E ao se
estabelecerem em países do Sudeste Asiático ou nos Estados Unidos,
começaram de baixo, assumindo trabalhos difíceis, sujos e por vezes
perigosos. Mesmo que estes chineses expatriados recebessem,
geralmente pouco, conservavam este pouco, e com ele, abriram negócios
minúsculos.
Trabalhando
longas horas e vivendo frugalmente, eles foram capazes de transformar
pequenas empresas em negócios maiores e mais prósperos. Então eles
cuidaram para que seus filhos recebessem a educação que eles
mesmos, muitas vezes, nunca tiveram.
Em
1994, os 57 milhões de chineses expatriados criaram uma riqueza
equivalente à de um bilhão de pessoas que vivem na China.
Variações
deste padrão social podem ser encontradas na história de judeus,
armênios, libaneses e outros emigrantes que se estabeleceram em
muitos países ao redor do mundo – inicialmente pobres, mas
passaram, ao longo de gerações, para a prosperidade. Raramente eles
dependiam do governo, e geralmente evitavam o caminho político.
Tais
grupos concentraram-se em desenvolver o que os economistas chamam de
“capital humano” – suas habilidades, talentos, conhecimento e
auto-disciplina. Seu sucesso geralmente tem sido baseado naquela
palavra de quatro letras que a esquerda raramente usa na sociedade
educada: “trabalho”.
Existem
indivíduos em praticamente todos os grupos que seguem padrões
semelhantes para passar da pobreza para a prosperidade. E estas
pessoas que estão em diferentes grupos, faz uma grande diferença
para a prosperidade ou a pobreza dos grupos como um todo.
A
“agenda de inveja” e o sentimento de queixa que promove a
esquerda, ao mesmo tempo em que faz grandes demandas de “direitos”
ao que outras pessoas produziram – é um padrão que tem sido
difundido em vários países ao redor do mundo.
Esta
agenda tem raramente tirado alguém da pobreza. Mas elevou a esquerda
para posições de poder e auto-engrandecimento, ao mesmo tempo em
que promoveu políticas com resultados socialmente contraproducentes.
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Thomas Sowell é um
membro sênior da Hoover Institution, Stanford University, Stanford,
CA. Seu site é www.tsowell.com
Fonte:
www.creators.com/
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